por Luciane Evans
Todo mundo, alguma vez na vida, já ouviu ou vivenciou aquela famosa história da visita que chega e, depois de elogiar a planta de sua casa, vai embora e as lindas rosas murcham e morrem em poucos dias. Ou já experimentou contar uma notícia feliz e, pouco tempo depois, a viu se transformando, estranhamente, em tristeza, quem sabe até em tragédia.
Segundo a crença popular, existe nesses casos algo que vai muito além do que podemos ver ou tocar. Para muitos, está aí o tal olho gordo, ou melhor, um dos sete pecados capitais: a inveja. Mas será que isso não é mais uma invenção de nossas cabeças? É possível a alegria alheia incomodar? Amigos leitores, protejam-se: a inveja não só existe como também pode prejudicá-los, principalmente em tempo de grandes exposições.
Considerado um dos sentimentos mais difusos e, ao mesmo tempo, o que temos mais dificuldades para admitir, a inveja é uma palavra que vem do latim invido, de olhar mau, ou melhor, de um mau-olhado. O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la. Ao mesmo tempo em que o ciúme é querer manter o que se tem e a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, o invejar é não querer que o outro tenha.
Existe uma fábula que diz que, certa vez, um homem, extremamente invejoso de seu vizinho, recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de realizar um desejo. "Você pode pedir o que quiser, desde que seu vizinho receba o mesmo e em dobro", sentenciou. O invejoso respondeu, então, que queria que ela lhe arrancasse um olho. Moral da história: o prazer de ver o outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer vontade.
É por aí que esse sentimento atua. De acordo com a fundadora do Instituto de Pesquisas em Terapia Quântica, psicóloga, psicanalista e terapeuta quântica Carmem Farage, podemos separar a inveja em material e moral. “Na primeira, queremos ter o que o outro tem e, na, segunda, queremos ser o que o outro é. Essa última é a mais dolorosa das duas. Pode ser, às vezes, muito sutil, fazendo com que o invejoso ambicione secretamente as qualidades de alguém a quem ele admira secretamente”, diz.
Ela afirma que o material pode ser comprado ou roubado. "Mas como tirar de alguém uma qualidade? Então, o invejoso passa a imitar – numa tentativa insólita de ser o que não é e que o deixa sempre muito infeliz, mal-humorado e raivoso com a vida. Essa energia negativa volta contra a própria pessoa, fazendo mais mal ao invejoso do que ao invejado, envenenando corpo e mente”, decreta.
Para a taróloga Arlete Siqueira, o sentimento é um mal forte, que pode até matar. “Geralmente, ele está dentro de casa, entre irmãos e parentes. Existe a inveja que quer ter o que você tem e aquela que não quer que você tenha. A última é a pior delas, é para derrubar”, comenta. Segundo o psicólogo Fabrício Ribeiro, professor de saúde mental e direito do Centro Universitário Newton Paiva, desejamos só aquilo que não temos. “Aquilo que tenho, não desejo. Por isso, dizemos que a inveja é querer aquilo que está na mão do outro. É sempre bom lembrar que a natureza humana não é tão boa assim”, avisa Fabrício.
CUIDADO
Mas, até que ponto essa energia negativa pode destruir o invejado? Como nós, meros mortais, podemos evitar em cair na tentação de invejar? Há como se proteger desse sentimento? Para essas e tantas outras perguntas que rondam o imaginário popular toda vez que se toca nesse assunto, o Bem Viver entrevistou especialistas em diversas áreas. Todos disseram que sim, a inveja existe e é preciso cuidado com ela. E avisam: não grite alto a sua felicidade, a inveja tem sono leve.
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Especialistas apontam exposição da intimidade em redes sociais como principal fator de concentração da inveja
Cansaço sem motivos. Calafrios, dor no pescoço e uma sensação de baixa energia para os quais não há muita explicação, pelo menos para os leigos. Já para quem trabalha com o que está além de nossos olhos, esses sintomas podem até ser sinal de alguma doença, porém, podem indicar também que a inveja fez mais uma vítima. “O invejado, se não estiver forte e protegido, pode, sim, sofrer as consequências do mau-olhado que lhe jogaram”, avisa a benzedeira Maria José Limaa. Por outro lado, aquele que emana a má energia pode adoecer, já que existe nisso a lei da ação e reação. E, para os estudiosos da área, tudo aquilo que se deseja de ruim a alguém volta para si. “Fale menos da sua vida. Isso vale tanto para as coisas ruins quanto para as boas”, aconselha a benzedeira, lembrando que as redes sociais podem, sim, alimentar tudo isso. E repete: “Não se exponha tanto. Sua alegria pode torná-lo frágil e incomodar muita gente”.
Falando assim, esse sentimento pode até parecer algo esporádico na sociedade, porém, “é mais comum do que se imagina”, conforme comenta a terapeuta quântica e fundadora do Instituto de Pesquisas em Terapia Quântica, Carmem Farage. Segundo ela, o Facebook, por exemplo, se tornou um ambiente para as pessoas se mostrarem. “As pessoas nunca postam ali o que elas têm de ruim, mas o que acham que pode provocar no outro. Nessa brincadeira, não sabem a proporção que isso pode tomar e voltar contra elas mesmas.”
Na visão da Carmem, a inveja é uma das energias mais destrutivas que podemos observar naquele que a detém. “O invejoso é aquele que não sabe limitar seus desejos. Aquilo que ele não possui o tortura a ponto de negar aquilo que tem para desejar o que o outro tem. Nossa sociedade, estruturada como está, torna esse sentimento negativo tão comum que passamos a achá-lo normal. Mas não é. Ele consome quem o sente, podendo levar a pessoa a atos muito destrutivos.”
SAUDÁVEL
Reconhecendo que todos temos esse sentimento, Carmem diz que, em certo grau, ele é até saudável. Isso porque, segundo ela, esse pecado capital pode impulsionar a pessoa a melhorar de vida. “Chega a ser necessário, uma vez que impulsiona você a buscar algo. Somos seres desejantes. Porém, em um grau maior, a inveja vai além.”
Ela diz que a insatisfação generalizada trará sentimentos e atitudes indesejáveis na vida do indivíduo: o ódio, o ciúme, a alegria com a desgraça alheia, o desconforto com o sucesso alheio, a maledicência, a calúnia, a imitação e o roubo. “As consequências disso são mágoas, tristezas, lamentações, nostalgia, desprezo, indignação, urgência em satisfazer suas vontades – descontentamento em geral. Uma lista de energias tão negativas que acabam com a pessoa, podendo trazer doenças físicas a médio prazo.”
Fonte:http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/03/16/noticia_saudeplena,147922/inveja-sentimento-negativo-pode-prejudicar-tanto-o-emissor-quanto-a-pessoa-que-e-alvo.shtml
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