sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O GATO E A ESPIRITUALIDADE

imagem: Eu e Gúgu


Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem.
Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago.
A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado.
É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.
O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem.
Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode, ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós.
Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe “ler” pensa que “ele” não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.
O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluídos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado.
O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas. O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção.
Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências.
Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga.
Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata.
Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo.
O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo.
Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal.
Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra.
Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências.
O gato é uma chance de interiorização e sabedoria, posta pelo mistério à disposição do homem.”
O gato é um animal que tem muito quartzo na glândula pineal, é portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a energia ruim do ambiente e transforma em energia boa, – normalmente onde o gato deita com frequência, significa que não tem boa energia – caso o animal comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer, pois o bicho já percebeu a energia ruim no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta parte do corpo para limpar a energia ruim que tem ali. Observe que do mesmo jeito que o gato deita em determinado lugar, ele sai de repente, pois ele sente que já limpou a energia do local e não precisa mais dele.
O amor do gato pelo dono é de desapego, pois enquanto precisa ele está por perto, quando não, ele se a afasta.
No Egito dos faraós, o gato era adorado na figura da deusa Bastet, representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia.
Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos.
“O gato imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se torna livre. Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final.”


Fonte: http://www.fernandakzar.com/?p=4590

Vale conferir:
Gatos - Tarôs - Religiões

13 comentários:

  1. Os gatos também produzem o impuro, o marimê. Engraçado, ele pode ser bem vindo na rua, mas não dentro de sua casa, ele se apodera, ele não guarda. Temos outra visão desse animal, mas achei bem legal essa escrita, acho também um pouco apelativo a divisão, se não isso é aquilo: Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem.

    Leia mais: http://arcanodezenove.blogspot.com/2014/01/o-gato-e-espiritualidade.html#ixzz2qfcO6ii1
    bjs nossos com carinho.

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    1. Olá amigos!

      Na verdade, acho que com os gatos acontece assim, ou você ama ou não.
      Eu amo e admiro, pela força e independência que eles tem.
      Tive a oportunidade de "ter" (chegaram em minha casa inesperadamente) 9 gatos.
      Infelizmente alguns deles se foram de forma "trágica", um por tiro de chumbinho (coisa de ser humano), o outro foi atacado por um cão enquanto dormia em cima do muro e, ambos sofreram calados, até a morte.
      As fêmeas, tiveram câncer nos pulmões e enfrentaram tudo com silêncio e paz.
      Uma grande lição!
      Creio que se fosse com um cão, não seria da mesma forma...
      Cada animal tem sua peculiaridade e não dá pra defender uns e desmerecer outros, pois todos são filhos de Deus e nossos irmãos.
      Nós, seres humanos, temos muito o que aprender (e respeitar) com cada espécie.
      Ao que parece, o texto foi escrito por alguém que ama gatos e talvez haja mesmo um certo"exagero" (eu prefiro chamar de paixão).
      Talvez seja o caso do ser humano querer saber mais do animal do que o próprio animal kkkkkk...
      Falando sério, acho que o que mais incomoda nas pessoas que não gostam de gatos, é o fato de, apesar de toda a nossa pseudo supremacia perante as outras espécies, sermos ainda tão limitados. Os felinos, são livres, sinceros, inteligentes, asseados e independentes, sem que ninguém precise ensinar-lhes nada.
      Eles são felizes, assim como os "pobres pardais"que ninguém quer aprisionar em um gaiola (graças a Deus") e que tem tudo desde a casa ao alimento, sem precisar competir com ninguém.

      Abraços e beijos:)

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    2. Em tempo:

      esta que está na foto comigo, foi uma das fêmeas vitimada pelo câncer.

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    3. Cara, me desculpe. Não tive a intenção de ofender, apenas dividi uma impressão e uma realidade de uma outra cultura. Penso que fomos muito mal compreendidas nas nossas observações, mas não voltará a acontecer. Não temos a arrogância da superioridade e se foi isso que passamos, pedimos desculpas mais uma vez.

      Cozinha dos Vurdóns

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    4. Olá amigos!

      Compreendo e respeito o ponto de vista de vocês, não me senti ofendida nem nada disto,
      Peço eu desculpas se a forma como narrei foi ofensiva. Eu apenas quis relatar minha experiência na época em que convivi com eles e nada mais.
      Após ter respondido ao primeiro comentário, lembrei-me que queria perguntar a vocês o que é "o marimê" que vocês citaram, e saber quais outros animais são, dentro da cultura de seu povo, digamos "benéficos" e "maléficos".
      Seria até um tema bem interessante para se fazer uma postagem, pois cada cultura tem suas predileções e formas de viver e convier com os animais.
      Cito apenas o exemplo dos nativos americanos que tem no beija-flor um animal de poder e de cura e na cultura iorubá o mesmo é considerado uma ave agourenta, que representa a morte.

      De toda forma agradeço a compreensão e peço uma vez mais, desculpas.
      Abraços.

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  2. É, confirmo, na minha limitada realidade, toda a informação que o post contém. Sempre fui uma pessoa de gatos e sempre os tive. Actualmente a minha companheira, Lili, está a ficar velhota com 15 anos de idade, mas continua mágica, uma mestre disponível, independente, sempre sábia e generosa a ver através de mim.
    Obrigado e bem haja.

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    1. Olá anônimo!

      Sei bem o que é isto e te digo que, poder conviver com eles, é uma dádiva.

      Bem haja!
      Volte sempre:)

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  3. Oi Soraia ., tive muitos gatos ao longo de minha vida e também cachorro., e amo os dois.
    E fiquei agora com essa sua observação nos comentários., realmente um cachorro doente e quando está próximo da morte, realmente se assemelha muito a nós humanos. Dos meus gatos foi muito diferente, tive uma gata ( a Cat) que já estava muito velhinha., deitou-se embaixo de uma árvore e quando a encontramos estava morta. Foi uma cena tão emotiva que nosso vizinho quando a viu chorou.
    O cachorro é totalmente diferente., chega a parecer uma pessoa., fica com as mesmas manias do dono.
    Gostei bastante do seu texto., vc sempre me emociona, Bjs,,,

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  4. Oi, Ana!

    Na realidade encontrei este texto no blog de Fernanda Kzar e, embora ela não o tenha assinado, creio que seja dela.
    Existem vários relatos muito emocionantes sobre os bichanos e já ouvi dizer que eles sabem quando vão morrer e por isso se afastam... enfim são encantadores. Nada contra os cães, mas gatos são ótimos:)
    Com relação a pergunta que você deixou lá no outro blog, gostaria que você me enviasse um email para que eu possa te responder.
    Aqui no blog, na barra lateral logo abaixo do meu avatar no Facebook, há um campo
    chamado "FORMULÁRIO DE CONTATO".
    Basta você colocar seu nome e email, clicar em enviar e seu endereço chegará no email do meu blog, ok?.

    Abraços

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  5. Tenho 54 anos e tenho a sensação que na minha vida toda fui rodeada por gatos e sinto uma forte paixão por eles. Atualmente temos uma gata, que foi encontrada na garagem do edifício, quem adotou foi minha filha, mas ela escolheu a mim como sua amiga e protetora, suas atitudes as vezes me deixam impressionada, ela me entende e sempre está em busca da minha companhia e atendimento, seus carinhos me surpreendem dia a dia. mesmo quando não estou disponível para ela. Realmente deve ser uma dadiva receber esta atenção. Ela é branca e possui um olho azul e outro verde.

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    1. Olá Marilsa!

      Adorei sua história. Outro dia comentávamos aqui em casa, que certa vez quando minha mãe viajou, eu fiquei encarregada de dar comida para as gatas e, mesmo eu morando com elas, via que na hora de comer elas tinham uma certa dificuldade em aceitar a comida que eu dava, mas mesmo assim amo estas criaturas.
      Se quiser saber um pouco sobre os gatos de olhos coloridos (caso você não saiba) veja na Wikipedia é bem interessante, eu já vi gatos com olhos coloridos, mas não sabia a razão.
      http://pt.wikipedia.org/wiki/Gato_de_olho_%C3%ADmpar

      Abraços.

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  6. Existe um significado quando se atropela na vida real um gato?

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    1. Olá anônimo.

      Não sei se sua pergunta tem um cunho "supersticioso" (como se atropelar um gato seja um sinal de mau agouro) ou não.
      Eu creio que seja mais uma questão acidental que um" azar" propriamente dito.
      Agora, se formos levar para o lado do azar... sinceramente, este não foi de quem atropelou o gato e sim do pobre bichano que topou com um motorista distraído.

      Abraços.

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Boas vindas!