sábado, 29 de junho de 2013

XANGÔ - O SENHOR DO FOGO OCULTO


Na natureza, qualquer energia só pode ser transformada se houver um motivo justo para isso. É necessário que uma força chamada justiça atue para que seja dado o arranque na força de transformação. É  a força da justiça que coordena toda a lei cármica que afere o nosso estado espiritual. É a força do fogo, dito simbolicamente, pois ela é o fogo etéreo. É ainda chamada de força dirigente da alma e o movimento da vibração de energia oculta.
Xangô é o fogo latente na pedra e, ao mesmo tempo, a própria pedra na qual se buscam os seus atributos que são: rigidez, implacabilidade e estabilidade. Ele é a fulguração da luz divina no plano mental de nossa escuridão material.
Considerado como simbolismo da lei de causa e efeito, na figuração do fundamento, ressalta o sentido de luta e esforço do homem para elevar-se das sombras e aclarar o seu interior buscando o aperfeiçoamento.
Sua cor é o marrom e é possuidora de grande força como expressão física, conjugando matéria e poder, unificando amor e justiça no plano espiritual, indicando, assim, devoção e resignação pelo modo vigoroso que revela na constância da vibração.
Exerce seus domínios sobre os raios e trovões, porém, exerce domínio mais acentuado na pedreira. O significado magico de seu nome está na formação da palavra:
xa - senhor, dirigente;
angô - fogo oculto ( ag e misturados, ocultos ) e 
- raio, alma.
Portanto, Xangô equivale ao Senhor da Alma, Senhor do Fogo Oculto, Senhor do Raio, senhor o dirigente da centelha da alma (a centelha que inicia o fogo). Isso significa que Xangô é força que dá partida ao movimento de vibração da energia oculta.
É sobre esta linha de força espiritual que se agrupam todos os espíritos que coordenam a lei de causa e efeito, decorrente da lei cármica como sustentáculo ou alicerce do mundo, e que se manifestam na forma de caboclos, mesmo que suas origens sejam orientais, pois, como caboclos, estão mais próximos da natureza e do estado primitivo, tal como a pedra.


Fonte: Textos de autoria de Adilvar Brasão de Freitas para a Revista Planeta - Especial Cultos Afro-brasileiros - Edição de 1996

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