imagem: Padre Anchieta
REENCARNAÇÃO NA HISTÓRIA DE SÃO PAULO
Alguns Espíritos atuaram desde o início da história da cidade de São Paulo, para que ela pudesse tornar-se um celeiro de onde a Boa Nova irradiar-se-ia por toda a parte. Estavam encarnados os Espíritos Padre Manoel da Nóbrega (que foi o Guia Espiritual Emmanuel do médium Chico Xavier), João Ramalho (que depois reencarnou como Batuíra*) e o Padre José de Anchieta (que depois reencarnou como Frei Fabiano de Cristo), e todos eles tiveram presença decisiva na evolução das idéias sociais e humanas em nossa terra.
A MISSÃO ESPIRITUAL DO PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
O Padre José de Anchieta foi um dos que impediram a implantação de tribunais inquisitoriais no país, rejeitando qualquer atitude discriminatória ou de perseguição. A instalação da absurda inquisição criaria aqui, sem dúvida, muitos miasmas e matrizes na contabilidade reencarnatória dos paulistanos e brasileiros, criando embaraços para seu desenvolvimento cultural e humano. O Padre Anchieta representou uma presença marcante na história da cidade desde seu início. Linguista, dramaturgo, prosador e poeta, considerado o pai da literatura brasileira, constituindo praticamente o Quinhentismo no país, sendo um dos fundadores, juntamente com o Padre Manoel da Nóbrega, do famoso Real Collegio de São Paulo. O ambiente era muito primitivo, sendo necessário muito desprendimento e abnegação para enfrentar o cotidiano da época.
O PADRE JOSÉ DE ANCHIETA REENCARNOU NO SÉCULO XVII/XVIII COMO FREI FABIANO DE CRISTO
O Frei Fabiano de Cristo (1676-1747) nasceu em Aldeia Soengas/Portugal, registrado com o nome de João Barbosa. Ouvindo falar das minas de ouro e outros metais preciosos no Brasil, o jovem João se entusiasmou em vir conhecer o país, o que ocorreu em início do século 18. Seguiu para a Vila de Parati, na enseada de Angra dos Reis, onde passou a fazer a Carreira das Minas, percorrendo as cidades do atual Vale do Paraíba. Algo faltava em João Barbosa, como um ardor religioso latejava em seu coração e, em 1704, se desfez de todos os bens e foi para o Rio de Janeiro, no Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro, pleitear seu ingresso na Ordem, sendo-lhe dado o nome de Fabiano. Começaram as manifestações de erisipela crônica, que muito fizeram sofrer Fabiano. Era por todos admirado, por sua simplicidade, paciência, humildade, sempre se aprestando ao trabalho, na caridade junto aos sofredores. Frei Fabiano, como Espírito, inspirou a criação de uma das mais notáveis instituições espíritas de Assistência Social do país, que atende na Capital mais de duas mil famílias. O ensino continua a ser um compromisso de Frei Fabiano/Anchieta. Este Espírito, que acompanhou o trabalho da Casa Transitória desde o início, oficializou sua presença na própria designação da instituição e ainda tem inspirado muitas outras instituições espíritas espalhadas por todo o Brasil.
O ESPÍRITO FABIANO DE CRISTO TRABALHANDO PELA ASSISTÊNCIA SOCIAL ESPÍRITA
Fabiano de Cristo é um nome que está estritamente vinculado às iniciativas de várias instituições espíritas que prestam trabalho de assistência social. A CAPEMI (Caixa de Pecúlio dos Militares), fundada pelo espírita sr. Jaime Rollemberg (1913-1978), também criou o Lar Fabiano de Cristo e várias casas de amparo aos carentes em vários Estados do Brasil (do Amazonas ao Rio Grande do Sul), socorrendo os menos favorecidos pela sorte.
A MISSÃO DO PADRE MANOEL DA NÓBREGA
Manuel da Nóbrega (1517-1570) nasceu em Minho/Portugal e chegou ao Brasil em 1549. Exerceu importantes papéis na atividade colonizadora, destacando-se a defesa da liberdade dos índios, criação de aldeias; cultivou a música na evangelização; promoveu o ensino das primeiras letras nas escolas: ler e escrever; fundou colégios em Salvador, Pernambuco, São Paulo e no Rio de Janeiro. O Padre Manuel da Nóbrega, como homem de fé, pronunciou como últimas palavras antes de morrer: Eu vos dou graças, meu Deus, Fortaleza minha, Refúgio meu, que marcastes de antemão este dia para a minha morte, e me destes a perseverança na minha religião até esta hora.
O PADRE MANOEL DA NÓBREGA PARTICIPOU DA CODIFICAÇÃO ESPÍRITA COMO EMMANUEL
O Espírito Manuel da Nóbrega, que se manifesta espiritualmente como Emmanuel, ditou mensagem na Codificação Espírita, que consta em O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XI, 11, intitulada O egoísmo (Paris, 1861), como um obstáculo ao progresso.
NO SÉCULO XX EMMANUEL FOI O GUIA ESPIRITUAL DE CHICO XAVIER, O MAIOR MÉDIUM PSICÓGRAFO DO MUNDO
O Espírito Emmanuel começou a manifestar-se ao médium Chico Xavier em 1927, orientando-o e conduzindo-o no roteiro cristão à luz da Doutrina Espírita. Através de Chico Xavier ditou mais de cento e quinze livros (nove em parceria com outros Espíritos), obras essas que totalizaram mais de sete milhões de exemplares. Emmanuel, a exemplo de quando esteve encarnado como Padre Manuel da Nóbrega, continuou, como Guia Espiritual, a missão na área educacional e de orientação, agora através dos livros, oferecendo a ciência da vida para todos nós.
por Washington Luiz Nogueira Fernandes
Fonte: O Consolador
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Anchieta, Paulo e Nóbrega - União espiritual na fundação de São Paulo
imagem: Padre José de Anchieta, Paulo de Tarso e Padre Manuel da Nóbrega
Anchieta, Paulo e Nóbrega - União espiritual na fundação de São Paulo
imagem: Padre José de Anchieta, Paulo de Tarso e Padre Manuel da Nóbrega
por Izabel Vitusso
Acredito que a maioria de nós, ao ouvir referências sobre a história do cristianismo, lembre-se das figuras que participaram dos encontros e perseguições entre os que se tornavam adeptos do Cristo e os seguidores do judaísmo. Paulo de Tarso, o convertido de Damasco, e o senador romano Públio Lêntulus estão entre eles.
O mesmo acontece quando estudamos a história da colonização brasileira: José de Anchieta surge embrenhando-se entre os índios, com seu semblante pacífico e introspectivo.
Mas difícil é imaginar que esses três personagens da história da civilização estejam ligados à fundação da cidade de São Paulo, que em janeiro completou 457 anos.
Emmanuel, segundo o médium Chico Xavier, no tempo de Jesus, foi o senador romano Públio Lêntulus. Encarnado no Brasil, como padre Manoel da Nóbrega, participou ativamente do processo de colonização do País e também da fundação da cidade de São Paulo.
Ao celebrar a primeira missa na manhã de 29 de agosto de 1553, onde hoje é o Pátio do Colégio, centro de São Paulo, recebeu a visita do espírito Paulo de Tarso, que lhe pediu que, em nome de Jesus, no local que lhe apontava fosse erguida uma cidade baseada nas colunas do cristianismo: amor, fé, trabalho e instrução. Em cinco meses, o Real Colégio de Piratininga já se revelava no planalto.
Impressionado com a visão que tivera de Paulo de Tarso, Nóbrega escolheu o dia 25 de janeiro de 1554 para a inauguração da obra, a data tida como da conversão de Saulo de Tarso ao cristianismo primitivo.
Manoel da Nóbrega não foi somente a alma da missão dos jesuítas do Brasil, onde chegara em 1549. Ele se destacou como político e conselheiro do governador-geral da colônia, Mem de Sá. Foi ele também quem teceu os primeiros contornos políticos e geográficos da nação, com o trabalho de disseminação do cristianismo pelo litoral brasileiro.
Segundo consta Nóbrega era gago, mas nem por isso deixou-se abater, tendo sido o primeiro a realizar sermões, no Brasil, defendendo a libertação dos escravos.
Diferente da visão estrategista de Nóbrega, seu companheiro no trabalho da colonização, padre José de Anchieta, trazia características mais acentuadas para a educação. E foi por isso que Manoel da Nóbrega entregou-lhe a missão de ministrar as lições de Humanidades no Colégio São Paulo. Gozava do respeito dos padres jesuítas, por sua grande espiritualidade. Ainda jovem, em Portugal, José de Anchieta foi aconselhado a vir para o Brasil, numa tentativa de recuperação de sua saúde.
Impressionou-se ao chegar aqui e ver o que conta em carta: “onças pintadas, boas de se comer, lagartos enormes do tamanho a poder comer um homem, que se chamam jacarés...”
Desde o primeiro contato como os índios, obteve a admiração, aprendendo a língua nativa, ensinando a língua portuguesa e, acima de tudo, respeitando a cultura indígena, incluindo o hábito de não se vestirem e de devorarem os seus prisioneiros.
Entendia que estava diante de seus irmãos, merecedores de respeito. E não mudou de ideia mesmo quando se ofereceu para ficar no lugar de padre Manoel da Nóbrega, pego como refém, pelos bravos índios tamoios, que viviam onde hoje está a cidade do litoral norte paulista, Ubatuba. Mais velho, Nóbrega estava muito doente.
Durante dois meses, passou frio e humilhações e recebeu ameaças de morte. Mas aos poucos sua mansuetude fez com que as ameaças que recebia inicialmente da tribo cedessem lugar à admiração. Quando os índios o ameaçavam de devorá-lo, Anchieta respondia que ainda não havia chegado o momento. Não havia terminado o poema à Maria, cujos versos escrevia na areia. Alguns relatos dão conta de que sua facilidade em levitar e sua proximidade com os pássaros também teriam causado grande admiração nos índios, que acabaram libertando-o.
Quando desencarnou em 1597, com 63 anos, José de Anchieta havia conseguido mais do que a admiração dos portugueses e nativos brasileiros. Deixou marcas e exemplos como de tantos que fazem a história do País e ajudam a fortalecer as fronteiras do amor, da fraternidade e da paz.
José de Freitas Nobre, Anchieta, apóstolo do novo mundo. Ed. Mestre Jou, 1974.
Diário do Comércio, Minhas cartas, por José de Anchieta. (editadas por ocasião dos 450 anos de fundação de São Paulo).
Fonte:http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/15/529-uniao-espiritual-na-fundacao-de-sao-paulo
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